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Como incorporar a cultura do erro dentro de sua empresa?

Ao analisar a evolução das gigantes da tecnologia que estão revolucionando o mundo, observa-se que todas têm uma característica em comum: a cultura do erro. Nascidas no Vale do Silício, centro de inovação tecnológico situado na Califórnia (EUA), essas empresas incorporam a mentalidade de que os fracassos – e o aprendizado com eles – são fundamentais para o crescimento. O erro pode estimular empresas e seus interlocutores a se reinventar, seja do ponto de vista do negócio ou da própria carreira. Livros como “Errar é humano” do Institute of Medicine (IOM), reforçam a importância de abordar o tema.

No ambiente corporativo brasileiro, essa percepção do erro e as tentativas fracassadas de crescer o negócio são, pelo contrário, repelidas e mal interpretadas pelo mercado. No entanto, já está na hora de transformar essa realidade. Não é à toa que muitas startups, ao adotarem essa postura, garantem uma operação em longo prazo e um futuro promissor.

Diante desse cenário ainda há muito a aprender e passos a seguir. Em primeiro lugar, o empreendedor não deve apenas pensar sobre a cultura do erro e adotá-la como uma desculpa ou resignação frente a um fracasso. Tão fundamental quanto integrá-la em sua filosofia de trabalho é também agir com rapidez para corrigir a falha. Se o caminho proposto não era o correto, vale interpretar os erros com agilidade e tomar atitudes em busca de melhores resultados. Um pensamento que guia de forma correta a cultura do aprendizado pelo erro é o de acreditar que um projeto – que pode ser uma campanha, um plano de mídia ou um novo produto ou serviço – sempre pode melhorar. Ou seja, não há uma “versão final” de um projeto ou campanha – e sim uma versão que pode ser continuamente melhorada.

No universo do e-commerce, por exemplo, tudo se desenvolve online, e as falhas mais comuns em planejamento, gestão e atendimento são identificadas rapidamente. As atitudes tomadas para resolvê-las também devem acontecer rapidamente, com foco na melhoria contínua e não no problema. A própria área da publicidade digital foi evoluindo a partir de várias experiências e erros, não só nos momentos iniciais da Internet, mas até hoje. O excesso de foco em performance nas campanhas, por exemplo, deixando de lado as mensagens da marca (branding), foi criticado diversas vezes e, agora, entendemos que as campanhas digitais devem focar não só em retorno, mas também no branding. E ainda há potencial para encontrarmos outras novas possibilidades de impactar o consumidor que podem surgir com, quem sabe, novos erros. O importante é aproveitar o insight ou o aprendizado e seguir aprimorando e inovando.

Assumir a responsabilidade por uma decisão é agir frente ao erro e procurar novos caminhos. Quando a falha vira punição, ela tem chances de paralisar suas iniciativas, barrando a inovação. É preciso coragem para encarar as falhas, aceitá-las e, ao mesmo tempo, apresentá-las ao time sem medos.

A cultura do erro não será empregada do dia para a noite. Comece mudando as pequenas iniciativas diárias. O empreendedor que detectar, corrigir e aprender com o erro antes de outros, também irá alcançar o sucesso mais cedo. Siga analisando de forma estratégica cada risco: a cultura do erro consiste em tentar e persistir com responsabilidade – jamais de forma aleatória.

é gerente do Mercado Livre Publicidade. Com 11 anos de mercado, atuou na Editora Abril como gerente de Publicidade Digital e foi responsável pelo desenvolvimento da estratégia de publicidade geral da marca Veja para as agências digitais. Alexandra também atuou no Grupo RBS, no setor de negócios e marketing. Formada em Comunicação Social pela UFRGS, tem especialização em Marketing pela ESPM e no Modulo Internacional em Gestão de Negócios pela EADA (Escuela de Alta Dirección y Administración de Barcelona).

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